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Hoje resolvi falar de um assunto meio diferente do cotidiano do Solteirar. E, em princípio um papo meio chato. Mas que vem afetando cada vez a população mundial e principalmente os jovens. A depressão.

Ela não é mais a doença da meia idade. Ao contrário. Cada vez mais cedo as pessoas são impactadas pelos seus efeitos. Stress, pressão, autoestima baixa, dia-dia intenso, tudo isso tem causado nos jovens o aparecimento da depressão.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão é a maior causa de incapacitação de adultos e afeta 120 milhões de pessoas em todo o mundo (17 milhões no Brasil).

Felizmente a população já compreendeu que não se trata de frescura ou de doença só de ricos, como ouvíamos antigamente. E, que quanto mais cedo for detectado e tratado, maior a probabilidade de rápida recuperação.

Os antidepressivos, já bem avançados e com efeitos colaterais minimizados, são ainda os melhores tratamentos ao paciente. Porém, seu efeito demora algumas semanas ou até meses.

Exatamente pensando na dificuldade de se desvencilhar desse mal, bem como também evita- lo, é que listei algumas dicas para afastar essa tal depressão. Evidente que elas não substituem remédios devidamente prescritos pelos médicos a paciente já detectados com a doença, mas ajuda na distração da mente, evitando assim que entremos nesse mal.

Num estado depressivo, a pessoa passa a se desinteressar pelas coisas. Nada mais chama sua atenção ou lhe agrada. Assim, uma das dicas é observar as atividades diárias que ainda geram algum prazer e acrescentá-las com mais frequência no cotidiano e rotina.

Outra dica que que ajuda na distração da mente e na concentração da mesma é fazer trabalhamos manuais. Trabalhos artesanais, consertar algum equipamento, pintar, desenhar, montar um quebra-cabeça de inúmeras peças, etc. O uso das mãos nos dá sensação de controle.

Se mexer. Outra sugestão valiosa. Mas lembre se que tem que ser algo que você sinta prazer. Ter aulas de dança, andar de bicicleta, correr, aulas na academia.

Sol e terra. Tomar sol e mexer com terra (jardinagem, areia da praia) são excelentes antidepressivos. Melhora o humor e distrai o cérebro com atividades diferentes.

Alguns pesquisadores sustentam que há um tipo de depressão vinculada a acordar sozinho, e que a experiência de assistir a um apresentador de TV falando por uma hora no início do dia pode ajudar, assim como a presença constante de um rádio sintonizado num programa de esportes ou de trânsito.

Cozinhar. Para quem aprecia a boa culinária e gosta da cozinha. O ato de cozinhar sempre ajudar em vários aspectos: planejar o cardápio, se animar para comprar os ingredientes, testar e catalogar receitas novas, etc. Tudo isso é distração e ao mesmo tempo impõe-se um objetivo para a pessoa.

Inúmeras outras atividades podem ser ótimas sugestões para quem estiver passando por um período meio depressivo. Mas as mais eficazes serão aquelas que mais lhe der prazer. Aquilo que eventualmente me agrada, não necessariamente agradará você.

Por isso a primeira parte e a mais importante é a observação e a consciência daquilo que lhe proporcionará mais prazer.

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Sororidade, esta palavra virou moda. Confesso que até muito pouco tempo atrás nem imaginava o que significava…

Pois bem, para quem está como eu há poucas semanas:

Significado de Sororidade
substantivo feminino

(1) Relação de irmandade, união, afeto ou amizade entre mulheres, assemelhando-se àquela estabelecida entre irmãs.

(2) União de mulheres que compartilham os mesmos ideias e propósitos, normalmente de teor feminista.

Bandeiras feministas à parte, algo me pareceu estranho nessas definições. Para começar, a amizade não deveria estar condicionada a gênero.

Pois bem, mas para muitos não é bem assim… Pencas de representantes dos cromossomos capengas estão convencidos de que a amizade entre homens e mulheres é impossível (exceto, claro, se a mulher for uma baranga).

Mas o mais inacreditável mesmo é como muita gente simplesmente não acredita na amizade entre mulheres.

Certa vez ouvi de um amigo que as mulheres eram incapazes de ser verdadeiramente amigas, pois a rivalidade feminina nos impediria de alcançar tão sublime sentimento.

Depois de me indignar ferozmente e quase tê-lo espancado para possibilitar que sua cabeça dura se ajustasse com o impacto, um golpe mais inesperado atingiu-me antes: ele concluiu o discurso espantoso dizendo que sua mulher também tinha a mesma certeza.

A partir dessa bombástica revelação, apenas mirei sua miséria. Ele e sua mulher não teriam a menor ideia do que é a amizade com uma mulher. Ou, pior, teriam ideia do que é a amizade? Não posso afirmar, mas acabei me lamentando com a comprovação súbita de que não éramos assim tão amigos. E nada adiantava eu ser uma mal-apessoada exemplar do gênero feminino…

Negar a rivalidade – feminina, masculina, entre torcedores de diferentes times de futebol, entre habitantes de diferentes países ou cidades, entre vizinhos, entre pessoas de empresas concorrentes, entre colegas de trabalho, entre crianças, adolescentes ou adultos de meia idade, entre seres humanos ou seres de outras espécies – é pura estupidez. Diria até que, em muitas ocasiões, chego mesmo a curtir esse defeito de fabricação do boçal espírito humano. Há algo melhor do que humilhar seus rivais no esporte?

Mas o fato é que a rivalidade não anula a amizade. Elas estão em dimensões que não se interseccionam ou interceptam…

Quando temos uma amiga de verdade, a rivalidade não tem a mínima chance de mostrar suas garras.

Afinal, quando amamos uma amiga, fazemos tudo por ela.

Ficamos horas e horas trocando confidências, conversas fiadas ou bobeiras sem fim.

Brincamos como crianças e rimos até ficar sem ar.

Falamos para ela coisas que não falamos a mais ninguém.

Acompanhamos cegamente suas incursões estúpidas atrás de um garoto na escola…

Esnobamos o cara gostoso que ela gostou um dia (mesmo que ele venha atrás de nós)…

Estudamos e aprendemos com ela.

Viajamos e nos aventuramos com ela.

Tomamos vários e vários porres com e por ela.

Tentamos salvá-la dos vexames, mas, se o papelão for inevitável, constrangeremos o mundo juntas.

Insistimos em apoiá-la quando mais ninguém apoia.

Brigamos com ela e lhe dizemos a dura verdade, quando mais ninguém ousa fazê-lo.

Brigamos por ela.

Ela nos dá várias broncas, mas ouvimos atentamente.

Estaremos sempre dispostas a fazer as pazes com ela.

Torcemos por seu sucesso. Incondicionalmente.

Celebramos suas vitórias como se fossem nossas.

Ela é a única que vê sentido em todas as besteiras que fazemos…

Aceitamos ser suas madrinhas de casamento, mesmo odiando casamentos…

Entendemos quando ela precisa nos ver menos porque escolheu cuidar do seu filho ou tocar um projeto…

Continuaremos amigas do peito mesmo se ela for morar em outro país ou se o marido dela for um imbecil completo.

Seguramos o choro por ela ou choramos com ela.

Ficamos na fossa quando ela também está.

E nos vingaremos por ela quando algum filho da puta a prejudicar.

Aliás, a música “Stand by me” parece fazer muito mais sentido quando cantamos com ela…

As melhores amigas? Certamente estarão com você para o resto da vida.

E mudarão nossas vidas… Para melhor!

Pensando bem, a amizade feminina até merece uma definição exclusiva. Afinal, não tenho a mesma convicção em relação à amizade com meus amigos… Chamem do que quiserem, mas, amizade tamanha, só mesmo de mulher para mulher.

 

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Sob a luz da inocência, sua nudez me apresenta

Mas a compulsão da febre se dará com outro

Vai me restar um abraço e uma ideia fixa: o calor dessa pele por baixo da roupa.

 

Sob sussurros, seus segredos me revela

Mas a devoção e o perfume serão de outro

Vai me restar o cheiro e uma obsessão: o suspiro que viola a inércia dessa pele.

 

Sob risos, sua alegria me entrega

Mas o regozijo não se dará aqui

Vai me restar a estima e uma demência: como rescindir essa tortura fraterna.

 

Existem umas pequenas promessas cotidianas que se encaixam entre uma frase de Vamos marcar!, Qualquer dia combinamos…, Outra hora faremos… e um  Até breve., que ficam perdidas na ausência de data e silenciadas por conflitos de agendas.

Outro dia, fui surpreendida pela notícia de que uma amiga, devido a um tumor no fígado, se encontrava em estado grave no hospital. O susto me fez readequar todo o dia de trabalho e cancelar alguns compromissos para ir visitá-la.

No caminho, me veio à mente não ter realizado nenhuma das dezenas de promessas que fizemos de sair para jogar conversa fora e beber cerveja barata. Não aconteceu nenhuma. Nenhuma! Da nossa última despedida no Skype, de repente, lá estávamos, encarando a refeição hospitalar, quase sem assunto e sobrevivendo a nossa própria presença.

Eu não queria estar ali. Ela também não.

O que eu estava fazendo que nem ao menos a vi adoecer? O que me ocupava tanto que não pude conhecer os seus filhos? Por que não consegui dirigir alguns quilômetros para lhe dar um abraço de aniversário? Quantas relações mais eu alimentava sob o regime dessa filosofia da procrastinação? Meu namoro, minha família, outros amigos? Provavelmente. Senti o arrependimento arder como um tapa na cara.

Não espere que o leito de um hospital lhe cuspa a face, desça para o playground antes que sobre apenas um balanço vazio. Dizem que o amanhã a Deus pertence e talvez o hoje Ele tenha deixado conosco.

Portanto, sabe aquela promessa? Cumpra hoje!

Portas fechadas. Quatro paredes. Luzes apagadas.

Um primeiro encontro que, provavelmente, também seria o último. Transamos, sussurramos e confessamos alguns segredos.

Ele parecia ser o sujeito mais legal do mundo!

Vesti-me, voltei para casa e, ainda delirante, repousei meu corpo cansado (e marcado) sob o sofá. Na manhã seguinte, já recobrada a lucidez, uni as peças que restaram daquela história: ele, eu, o sexo casual e dezenas de amigos em comum.

Será que ele vai contar tudo para todos?

Sim, ele vai. E a minha sensação de exposição e vergonha se transformou em ódio mortal por imaginar que a simples manifestação do meu desejo seria reproduzida de maneira vil, suja e covarde. Chorei por saber que seria humilhada com comentários indecorosos, que haveriam risos omissos e, talvez, na mente de algum abusado faria sentido tomar a liberdade de me faltar o respeito.

Chorei por saber que não sou a única mulher a passar por isso…

E, porque em pleno século 21 ainda temos nosso comportamento sexual tão questionado. Por que é permitido nos diminuírem? Por que preciso achar normal que minha intimidade seja exposta? Por que temos que essa linha demarcando a imoralidade feminina?

Por que ainda somos o lado frágil e hostilizado de uma relação de vantagem mútua?

Sequei as minhas lágrimas. Não posso me envergonhar de mim, se não encontrei dignidade nos parceiros que tive a reconheço em cada detalhe da mulher que me tornei. Desde a postura obediente de boa filha até a conduta obscena de vaca profana.

– Glória, está em casa?

– Sim, está tudo bem?

– Toma uma cerveja comigo?

– Claro!

E pelo pedido, é claro que não está bem…

 

“Amiga, estou com a autoestima arrasada. Sinto-me culpada e diminuída por ter caído em mais um golpe – o golpe da paixão. Ele é jovem, eu deveria ter suspeitado, deveria ter evitado a relação. A noite foi incrível, me entreguei num impulso adolescente. Que ridículo! Agora, fui surpreendida com um cenário de mentiras e descaso. Esperei uma ligação. Uma explicação. Uma explicação que, eu já sei, não existe. Sinto-me usada e a culpa me consome. Como saber de antemão que se está de posse de uma nota de 3 reais? Como? Ele é um ludibriador, eu deveria ter percebido, eu deveria saber. Estou arrasada, Glória. Envergonhada. Essa é a minha ressaca após a esbórnia da última noite. Caí no conto do canalha. Devo ser a única com tamanha cegueira.”

Fiquei em silêncio durante os intensos 120 minutos desse monólogo. Só me movi para pedir mais cerveja e pagar a conta.

Levei a minha amiga para sua casa e antes de partir a olhei: embriagada, sentimentalmente ferida e absorta num sono pesado. Ao observá-la lamentei, mais que tudo, a sua última frase. A verdade é que ela não é a única a acometer-se dessa cegueira. E, provavelmente, essa talvez não seja a sua última ressaca.

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