Ressaca de amor
“A sede por adrenalina é tanta que os olhos cegam.
Qualquer cheiro ou som que aguce os sentidos representa uma potencial fonte de satisfação.
Recebo o álcool e o ecstasy.
Na carne um desejo latente. Na mente o interior da tua saia.
Reinvento-me para essas vidas paralelas.
No trago absorvo o vazio e me atiro à feliz desgraça daquela janela do tempo. Em um ritmo frenético apago as memórias. Regurgito a alma. Abandono a casca. Despeço-me de mim. Por fim desligo. Sobram cicatrizes, cansaço, engulho. É a própria ressaca impregnada. Finjo que nunca mais e aguardo em repouso pela próxima janela.
No sexo invado a matéria, só quero adentrá-la. No ciúme quero sangue. Cravo as unhas, quero perdão. O pensamento não cessa, há pausa, há silêncio, mas ouço o sussurro. Parece demência, mas é só saudade. Tenho força, vou em frente. E pela covardia, lamento.
São golpes de palavras. Ficam o pó e os cacos não varridos. Estou consumida. É a própria ressaca impregnada. Dissimulo promessas e me deixo respirar até que o ar por fim me sufoque.”













Lindo! 😉
Amei!!!